ORIXÁS CÓSMICOS NA UMBANDA SAGRADA:

8- OYA OU LOGUNAN:
Oiá é a orixá do Tempo e seu campo preferencial de atuação é o religioso, onde ela atua como ordenadora do caos religioso.


O “Tempo” é a chave do mistério da Fé regido pela nossa amada mãe Oiá, porque é na eternidade do tempo e na infinitude de Deus que todas as evoluções acontecem. A orixá Oiá forma um pólo magnético vibratório e energético oposto ao do orixá Oxalá, e ambos regem a linha da Fé, que é a primeira das Sete Linhas de Umbanda, que são as sete irradiações divinas do nosso Criador. Logo, o campo de atuação de nossa amada mãe Oiá é o campo da fé, onde flui a religiosidade dos seres, todos em continua evolução.
Oiá é a regente cósmica da linha da Fé, e tempo é o vazio cósmico onde são retidos todos os espíritos que atentam contra os princípios divinos que sustentam a religiosidade na vida dos seres.

“Tempo”, eis as qualidades, atributos e atribuições negativas de Oiá, de que tanto falamos e alertamos aos supostos pais de Santo ou magos negros que recorrem ao “Tempo” para prejudicar seus semelhantes com seus ebós sujos e suas magias negras. Oiá é a orixá regente do pólo negativo da linha da Fé, que é a primeira das Sete Linhas de Umbanda e, com Oxalá assentado em seu pólo positivo, dão sustentação a todas as manifestações da fé e dão amparo a todos os “sacerdotes” virtuosos e guiados pelos princípios divinos estimuladores da evolução religiosa dos seres.

Quando Oiá “vira no tempo”, seja contra um seu filho direto quanto um seu filho indireto (que têm a coroa regida por outros orixás), então sua vida entra em parafuso e só deixará de rodar quando esgotar tudo de desregrado e desvirtuado que nela existia. Isto é Oiá, amados filhos dos orixás! Mãe religiosa por sua excelência divina, mas mãe rigorosa por sua natureza cósmica, cujo principal atributo junto dos espíritos humanos é o de esgotar o lobo sanguinário que oculta-se por baixo da pele de cordeiro.

Enquanto Oxalá é irradiante, Oiá é absorvente, e enquanto os filhos de Oxalá são extrovertidos, os de Oiá são introspectivos e até um tanto tímidos, pois a natureza forte de sua mãe divina exige deles uma certa “beatitude” já que, das mães divinas, ela é a mais ciumenta por seus filhos amados e a mais rigorosa com os seus filhos relapsos. Isto é Oiá, amados filhos das nossas amadas mães divinas!
Se ela é assim, é porque ela é a orixá que, junto com Oxalá, rege a primeira linha de Umbanda, que é a linha da Religiosidade. Logo, os filhos de Umbanda, que têm em Oxalá o divino Pai da Fé, também devem cultuar a divina mãe Oiá. Com ele no pólo positivo e ela no pólo negativo, forma-se o par dos orixás excelsos que regem a linha da Fé e estimulam a religiosidade nos seres.

O Trono do Tempo no ritual de Umbanda Sagrada - por Rubens Saraceni

Orixá Oyá-Tempo ou Mãe Logunan (não confundir com Oyá-Iansã) é uma divindade que forma um par vertical com Oxalá, onde ela atua como regente do polo negativo da linha da Fé. Seu culto, na Umbanda, conserva apenas alguns procedimentos herdados do culto aos Orixás na África. Um deles é o de oferendá-la no campo aberto ou no tempo, pois ela é a regente deste mistério.
 O fato é que “Tempo” é um mistério que transcende espaço físico e interpenetra o campo da mente, das ideias, da criação e da religiosidade. Tempo é o que foi, o que está sendo e o que ainda será. Portanto, Tempo está na origem, no meio e no fim de tudo, pois tanto está no físico quanto no imaterial campo mental.
Tempo é o “meio” onde tudo se realiza; nada fica fora dele, senão não se realiza. Tempo é a própria cronologia divina, e por isto toda obrigação ou oferenda tem que ser realizada em espaço aberto, no tempo.
Tempo, em seu aspecto negativo, é meio caótico. Já em seu aspecto positivo é ordem cronológica, onde tudo tem seu início ordenado e fica gravado na memória universal da criação divina.
Tempo é a espiral sem fim que gira em duplo sentido. Enquanto uma espiral sai do centro neutro e vai crescendo e envolvendo tudo, a outra vem do infinito e, girando, alcança o centro neutro, onde está assentado o “Trono do Tempo”. Isto que estamos comentando transcende lendas e mitos de todas as religiões, e não só as africanas, porque é conhecimento fechado.
Saibam que quando realizamos uma oferenda propiciatória visando acelerar ou retardar alguma coisa, é o “Trono do Tempo” que irá atuar de forma “atemporal”, acelerando os acontecimentos ou retardando-os. A Lei do Carma é um dos atributos do “Trono do Tempo”, que a aplica na vida dos seres através das atribuições de todos os outros Orixás.
Assim, se Xangô rege a Justiça Divina, ele a aplica através do tempo. Assim que julgar um carma, este começará a ser aplicado pelo “Trono do Tempo”. E quando Ogum esgota um carma, também o faz através do tempo.
Quando Oyá-Tempo gira, e gira no tempo, ela está recorrendo a um atributo do “Trono do Tempo”, que pode modificar tudo ou lançar no caos aquilo que está desordenado. No seu duplo giro magnético, o “Trono do Tempo” se projeta e aí encontramos Oyá-Tempo e Iansã, que não são as mesmas divindades, e Oxumaré e Omulu, que aparentemente são opostos em todos os aspectos.
Oyá-Tempo e Oxumaré formam uma linha cósmica e Iansã e Omulu formam outra, ambas perpendiculares às irradiações verticais, nas quais são regentes cármicos.
Estas linhas de forca não fazem parte do conhecimento que nos legaram as lendas dos Orixás, pois nunca antes este nível de conhecimento foi aberto ao plano material e é exclusivo do sexto nível vibratório superior. Mas, algumas das relações entre os Orixás referem-se às lendas, em que são indicadas como uniões entre eles, que foram interpretadas como procedimentos humanos. É por isso que não entramos nas discussões sobre as lendas, já que a única forma de discuti-las corretamente é através do magnetismo dos Orixás, que não são seres humanos divinizados, mas sim seres divinos humanizados, através de nossas limitadas interpretações das coisas divinas. Jamais conseguimos alcançar um nível interpretativo correto se nos faltarem as ciências do magnetismo e das energias, pois tudo no universo se fundamenta nessas duas ciências divinas.

O magnetismo ordena as energias e as distribui através das irradiações e, dependendo do tipo de magnetismo, duas energias opostas transitam lado a lado sem nunca se tocarem, ou então são amalgamadas, dando origem a uma terceira, já composta e mais densa.
Com isto esclarecido, então voltemos ao nosso assunto certo?
O Trono do Tempo possui seus aspectos positivos e negativos:
— Os positivos são ordenados.
— Os negativos são caóticos.
Toda ação do Tempo obedece a um destes dois aspectos, que em nós se mostram como a razão e a emoção.
Os giros do Tempo regulam tudo. Se for um giro à direita, será uma ação positiva e ordenadora. Mas, se o giro for à esquerda, então será caótico, esgotador, divisor, desmagnetizador etc. Nos dois giros do Tempo está o próprio fundamento da magia, que ao girar para a direita lida com os aspectos positivos (fatores das divindades) e, ao girar para a esquerda, estará lidando com os seus aspectos negativos. O fundamento da própria escrita cabalística obedece ao mesmo princípio, e o mesmo acontece com a divisão da Umbanda em linhas da Direita e da Esquerda.
No passado todas as religiões naturais cultuavam uma divindade associada ao tempo, à qual oferendavam e a tinham em conta como reguladora de alguns aspectos da vida. Saibam que o culto a uma divindade do Tempo só é correto se ela estiver num contexto religioso, já que ela é fulminante em sua atuação assim que é ativada através da magia.
Uma divindade do Tempo, se atua religiosamente, vai nos proporcionando o tempo que precisamos para repararmos nossas falhas e erros, inclusive nos conduzindo, passivamente, às condições ideais para repararmos carmas petrificados em nosso passado adormecido. Mas, se ela foi ativada magisticamente e for direcionada para atuar sobre alguém, então acelera os acontecimentos, precipitando tudo, lançando o ser que está sendo atuado num caldeirão em ebulição.
O Ritual de Umbanda Sagrada adotou o culto a Oyá-Tempo, que atua “religiosamente” na vida dos umbandistas, e sempre girando para a direita, cujo giro é ordenador da religiosidade dos seres.
Oyá-Tempo é um Trono do Tempo e forma com Oxalá uma linha de forças religiosas que flui naturalmente através da irradiação da Fé.

A Umbanda não abriu os seus aspectos negativos, e os confiou aos Exus e Pombas-giras do Tempo que são os guardiões de mistérios cósmicos transformadores, divisores, paralisadores, desmagnetizadores etc. Até a manifestação incorporante de Exus e Pombas-giras do Tempo são raríssimas, e só médiuns regidos por Oyá-Tempo os manifestam naturalmente, mas ocasionalmente.
Saibam que Oyá-Tempo rege a religiosidade dos seres e Oxalá rege a fé. Enquanto ele vibra fé e estimula nos seres a busca do Divino em suas vidas, ela vibra religiosidade e estimula nos seres os sentimentos religiosos, conduzindo-os na busca do Sagrado.
Ao oferendarmos Oyá-Tempo estamos nos colocando de frente para ela, que imediatamente começará a atuar “religiosamente” em nossa vida, sempre visando nosso próprio benefício e evolução.
Mas o fará tão sutilmente, que dificilmente perceberemos sua atuação. Pode até acontecer de ela ativar outros Orixás, caso nossas necessidades não estejam localizadas nos campos da Fé, mas sim da Lei, do Conhecimento etc., quando quem atuará será Ogum, Oxóssi etc.
Por isso dissemos que cultuar uma divindade do Tempo sem que ela esteja bem inserida no contexto religioso de uma religião não é recomendável, porque nem sempre será ela que responderá aos nossos clamores e necessidades. Porém, se a entendemos como a regente de alguns aspectos de nossa vida, aí o culto será muito positivo, pois ela atuará de frente para nós, ora nos contendo em nossa emotividade religiosa, ora nos estimulando a irmos ao encontro do Sagrado em nossa vida.
Afinal, nas coisas da fé, não devemos ser apáticos ou fanáticos, mas tão somente, religiosos.




                                              9- Oxumaré:

Oxumaré é o orixá que rege sobre a sexualidade e seu campo preferencial de atuação é o da renovação dos seres, em todos os aspectos.
Oxumaré é um dos orixás mais conhecidos, e no entanto é o mais desconhecido dos orixás dentro da Umbanda, pois os médiuns só cultuam a orixá Oxum, que na linha do Amor ou da Concepção forma com ele a segunda linha de Umbanda. O aspecto positivo de Oxumaré, que nos chega através das lendas dos orixás, é que ele simboliza a renovação. Isto é verdadeiro. E o aspecto mais negativo é que ele é andrógino, ou parte macho e parte fêmea. Mas isto não é verdade. É inadmissível que uma divindade planetária tenha essas qualidades bissexuais, que só acontecem em seres com disfunções genéticas que provocam má formação, ou dupla formação, dos órgãos sexuais, e em seres com desequilíbrios emocionais ou conscienciais que fazem com que, psiquicamente, eles troquem seus sinais mentais e invertam sua sexualidade.

Portanto, não tem sustentação alguns médiuns, com seus sinais sexuais trocados, alegarem que são homossexuais porque são filhos de Oxumaré e que ele é um orixá que por seis meses é macho e por seis meses é fêmea.
Seres humanos com má-formações emocionais, mentais, genéticas ou conscienciais, no afã de se justificarem, passam às divindades suas vicissitudes humanas e não atentam para um detalhe fundamental: com seus desequilíbrios, estão desfigurando divindades planetárias que existem no mundo desde que Deus o criou, que são imutáveis em sua natureza, seja ela masculina ou feminina, e que regem alguns sentidos dos seres humanos, mas também regem outras dimensões planetárias paralelas à dimensão humana da vida.

Logo, desumanizaram uma divindade que humanizou algumas de suas qualidades, atributos e atribuições somente para acelerar nossa evolução e nos conduzir pelo caminho reto. Bastará um pouco de bom senso para detectar, nesta caracterização negativa de Oxumaré, uma justificativa de seres com desequilíbrios emocionais, mentais, conscienciais ou genéticos, já que uma divindade é de natureza positiva ou negativa, ativa ou passiva e masculina ou feminina, mas nunca possui as duas em si mesma.
Logo, que cultue um Oxumaré andrógino aquele que é desprovido do bom senso, certo? “Quem não souber valorizar a religiosidade que o libertará da terra, então que pague caro pela religiosidade que o aprisionará num diletantismo materialista!” Saibam que é isto que tem feito, e muito bem, este nosso irmão cósmico encarnado que, após ser afastado da Umbanda, criou todo um culto cuja doutrina, ao invés de pregar os valores maiores de Jesus Cristo, tem pregado, religiosamente, os seus próprios valores da “mais valia”. E também tem cobrado de seus fiéis seguidores o justo preço que ele estipulou: tudo o que puder tirar deles para usar em seu próprio benefício, ou de sua “igreja. Que pague para cultuar Deus quem não aprendeu a amá-Lo e adorá-Lo de graça! Certo?
Oxumaré, tal como revela a lenda dos orixás , e a renovação continua, mas em todos os aspectos e em todos os sentidos da vida de um ser. Sua identificação com Dá, a Serpente do Arco-íris, não aconteceu por acaso, pois Oxumaré irradia as sete cores que caracterizam as sete irradiações divinas que dão origem às Sete Linhas de Umbanda. E ele atua nas sete irradiações como elemento renovador. Oxumaré é a renovação do amor na vida dos seres. E onde o amor cedeu lugar à paixão, ou foi substituído pelo ciúme, então cessa a irradiação de Oxum e inicia-se a dele, que é diluidora tanto da paixão como do ciúme.

Ele dilui a religiosidade já estabelecida na mente de um ser e o conduz, emocionalmente, a outra religião, cuja doutrina o auxiliará a evoluir no caminho reto. Ou não é comum os testemunhos dados pelos neo-convictos no púlpito dos pastores mercantilistas, que dizem quase todos isto:
“Irmãos, quando eu freqüentava a Umbanda, eu fornicava, traia minha esposa e irmãos, gastava meu ordenado no jogo e nas bebidas, mentia, mas desde que me converti e me entreguei a Jesus, tudo em minha vida mudou. Hoje vivo para minha esposa e filhos, e para Jesus!”. Sem dúvida, concordamos nós. Mas... porque o mesmo irmão não ouviu os conselhos recebidos nos centros de Umbanda, que, se seguidos corretamente, o teriam conduzido pelo caminho reto? Não, ele não só não deu ouvidos às orientações dos guias e dos pais e mães espirituais, como deu vazão ao seu emocional e deu início ao mau uso do que aprendia dentro de uma religião magística por excelência, quando solicitava aos exus que fechassem os caminhos de seus desafetos em todos os campos da vida, além de pedir outras coisas, tais como: mulher, dinheiro, posses, etc. E ele não diz que nasceu numa família católica e cristã, mas porque era um relapso para as coisas da fé, foi até a Umbanda para ver se nela se emendava. Como não conseguiu, logo acabou retomando ao reformatório religioso de Jesus Cristo.

Pois é isto o que são as igrejas evangélicas: reformatórios religiosos onde nosso amado mestre Jesus recolhe os que nasceram sob sua irradiação luminosa, mas não souberam captá-la da forma passiva como ela é passada pela Igreja Católica. Ele, que é bondade, amor e misericórdia, os conduz às divindades naturais (que são os orixás), os conduz ao espiritismo e a muitas outras doutrinas para ver se encontram uma onde suas naturezas ativas absorvam irradiações luminosas.
Mas, quando vê que eles não se adaptam em nenhuma delas, ativa seu pólo cósmico, e um de seus aspectos negativos logo os arrasta para um de seus reformatórios religiosos, para que eles voltem a trilhar o caminho reto. E se o aspecto negativo ativado não conseguir reconduzi-los ainda na carne, não desistirá, mesmo depois de desencarnar.

Renovação, eis a palavra chave que bem define o divino Oxumaré que, em seu aspecto negativo, tem um mistério escuro chamado por nós de “Sete Cobras” ou “Sete Caminhos Tortuosos”, que é por onde transitam todos os seres que saíram do caminho reto e entraram nos desvios da vida, que sempre conduzem aos caminhos da morte. Bem, já falamos sobre vários aspectos do nosso pai Oxumaré e de nossa amada mãe Oxum, que formam um par energético, magnético, vibratório que dá formação à segunda linha de Umbanda, que é a linha do Amor ou da Concepção.

                                                10- OBÁ:

Obá — Divindade de Umbanda, é o Trono Feminino do Conhecimento, absorve o conhecimento em desequilíbrio de forma ativa reconduzindo o ser ao equilíbrio. Cósmica, pune quem dá mau uso ou se aproveita dessa qualidade divina com más intenções. 
Fator concentrador, ajuda aqueles que não têm um foco na vida tirando a dispersão ou a confusão mental. Tem como elemento a terra úmida e fértil que dá sustentação ao vegetal, chegando a formar um par terra-vegetal com Oxóssi, enquanto ele é a expansão do conhecimento, ela é o que dá a concentração e a base. Ajuda a manter firmes os objetivos, o raciocínio e a determinação. 
Sua cor é o magenta terroso ou a combinação do verde com o marrom.              Na Umbanda, Obá tem sido vista como Santa Joana D’Arc, embora pela história da santa podemos facilmente relacioná-la com Iansã e Oyá-tempo, nos faz lembrar que Obá também é uma Divindade guerreira. 
CELEBRAÇÃO NA UMBANDA: dia 30 de maio.
PEDRAS E MINÉRIO DE OBÁ: madeira petrificada, turmalina verde, Calcedônia;
Elementos: terra e vegetal 
Sentido: Conhecimento 
Atributo: (atua no) Raciocínio
Cor: magenta (dá estabilidade, firmeza, razão) ou verde com o marrom.
No Terreiro, sempre que quisermos saudar a Mãe Obá, devemos derramar 3 vezes um pouco de água na frente do altar e 3 vezes na frente do tempo, dizendo ou apenas mentalizando: “A-ki-rooba-yé” ou “Akirôoba-yé”. Esse mantra significa: “Eu saúdo o Seu Conhecimento, Senhora da Terra!” ou: “Eu saúdo a Terra, Senhora do Conhecimento!“ .
O ângulo de abertura dos seus triângulos é de 36 graus (divide a circunferência em 10 partes)- isso é importante, para se traçar, com precisão, um ponto de firmeza, uma mandala, Mãe Obá é uma Divindade regida pelos elementos terra e vegetal. Atuando pelo elemento vegetal, ela atrai e paralisa os seres que estão se desvirtuando no caminho do conhecimento, por terem assimilado ou por estarem se utilizando do conhecimento de forma desvirtuada e viciada. Atuando no elemento terra, ela aquieta e densifica o racional dos seres. Ela nos dá concentração, quando temos dificuldade de nos concentrar para aprender algo. 

É a Mãe que mostra a verdade. Ela também ajuda aqueles que têm dificuldade de encontrar o “foco” da vida, aqueles que vivem em confusão mental, aqueles que se dispersam com facilidade, dando-lhes concentração. Seu elemento é a terra úmida e fértil que dá sustentação aos vegetais. OBÁ ajuda a manter firmes os nossos objetivos, o nosso raciocínio e a nossa determinação.
Enquanto o Orixá Oxóssi estimula a busca do conhecimento (evolução), Obá atrai e paralisa o ser que está se desvirtuando, justamente porque assimilou de forma viciada os conhecimentos puros. O campo onde Obá mais atua é o religioso. 
Como divindade cósmica responsável por paralisar os excessos cometidos pelas pessoas que dominam o conhecimento religioso, uma de suas funções é paralisar os conhecimentos viciados e aquietar os seres, antes que cometam erros irreparáveis. O ser que está sendo atuado por Obá começa a desinteressar-se pelo assunto que tanto o atraia e torna-se meio apático, alguns até perdendo sua desvirtuada capacidade de raciocinar. Então, quando o ser já foi paralisado e teve seu emocional descarregado dos conceitos falsos, ai ela o conduz ao campo de ação de Oxóssi, que começará a atuar no sentido de redirecioná-lo na linha reta do conhecimento.
Obá, trás em sua irradiação alguns dos mais silenciosos Exus e das mais discretas Pombas-giras, dos mais aguerridos Caboclos e Caboclas, resolutos nas suas ações, precisos nos seus conselhos, e não são de muita conversa quando sentem que o conhecimento que trazem não é assimilado por seus médiuns ou pelas pessoas que os consultam.




                                                      Obá
     Obá é a orixá que aquieta e densifica o racional dos seres, já que seu campo preferencial de atuação é o esgotamento dos conhecimentos desvirtuados.
     Comentar sobre nossa amada mãe Obá é motivo de satisfação, pois, nas lendas, resumem sua existência ao papel de esposa repudiada por Xangô. Mas, justiça lhe seja feita, as lendas vêm sendo repetidas a tanto tempo, e às vezes de forma tão empobrecida pelas transmissões orais que, até como lendas, deixam a desejar e mostram como é deficiente o conhecimento sobre o campo de ação dos orixás.
     Saibam que a orixá Obá que nós conhecemos e aprendemos a amar e reverenciar é uma divindade regida pelos elementos terra e vegetal, e forma com Oxóssi a terceira linha de Umbanda Sagrada, que rege o Conhecimento. Oxóssi está assentado no pólo positivo e irradiante desta linha e Obá está assentada em seu pólo negativo ou cósmico, que é absorvente.
     Esta lenda, na verdade, refere-se a um rei que, como herdeiro das qualidades de Xangô, tinha várias esposas, que também se apresentavam como herdeiras das qualidades das orixás femininas. E, se o que esta lenda conta é verdade, no entanto só se refere a personagens humanos que eram tidos na conta de semideuses. Mas é só, porque esta história de orixá disputar pelejas tipicamente humanas e carnais, está mais para coisas humanas de que mistérios divinos. E, não tenham dúvidas de que os orixás são mistérios divinos que foram, em muitos casos, descaracterizados pelas próprias lendas, que visam eternizá-los na mente e nos corações humanos.
     Saibam que Obá é uma orixá cósmica cujo elemento original é a terra, pois ela é orixá telúrica por excelência e atua nos seres através do terceiro sentido da vida, que é o Conhecimento, que desenvolve o raciocínio e a capacidade de assimilação mental da realidade visível, ou somente perceptível, que influencia nossa vida e evolução continua. Já o seu segundo elemento é o vegetal. Enquanto o orixá Oxóssi, o mitológico caçador, estimula a busca do conhecimento (evolução), Obá atrai e paralisa o ser que está se desvirtuando justamente porque assimilou de forma viciada os conhecimentos puros.

       O culto à orixá Obá iniciou-se a quatro milênios atrás com a irradiação simultânea de uma de suas qualidades ou aspectos, a várias partes do mundo, quando, então, ela se humanizou.
     E se nossa amada mãe Obá já recolheu boa parte de seus filhos encantados que se espiritualizaram, muitos ainda estão evoluindo nos dois lados da dimensão humana.
     Muitos dos seus filhos são, hoje e na Umbanda, alguns dos mais silenciosos exus e das mais discretas pomba-giras, dos mais aguerridos caboclos e caboclas, resolutos nas suas ações, precisos nos seus conselhos, e não são de muita conversa quando sentem que o conhecimento que trazem não é assimilado por seus médiuns ou pelas pessoas que os consultam.
       Agora, deixando os aspectos individuais ou comentários de apoio, o fato é que nossa amada mãe Obá é uma divindade planetária, regente do pólo negativo da linha do Conhecimento, que é a terceira linha de forças de Umbanda Sagrada.
         Ela e Oxóssi formam esta linha e atuam em pólos opostos: enquanto ele estimula a busca do conhecimento, ela paralisa os seres que se desvirtuaram justamente porque adquiriram conhecimentos viciados, distorcidos ou falsos.
        O campo onde Obá mais atua é o religioso. Como divindade cósmica responsável por paralisar os excessos cometidos pelas pessoas que dominam o conhecimento religioso, uma de suas funções é paralisar os conhecimentos viciados e aquietar os seres antes que cometam erros irreparáveis.
      O ser que está sendo atuado por Obá começa a desinteressar-se pelo assunto que tanto o atraia e torna-se meio apático, alguns até perdendo sua desvirtuada capacidade de raciocinar.
Então, quando o ser já foi paralisado e teve seu emocional descarregado dos conceitos falsos, ai ela o conduz ao campo de ação de Oxóssi, que começará a atuar no sentido de redirecioná-lo na linha reta do conhecimento.
       É certo que esta atuação que descrevemos é a que Obá realiza através do seu aspecto positivo ou luminoso, por onde fluem suas qualidades, atributos e atribuições positivas.
    Mas como todo orixá cósmico, ela também possui seus aspectos negativos, que ativa sempre que é preciso acelerar a paralisação de um ser que, com seus conhecimentos, está prejudicando muitas pessoas e atrapalhando suas evoluções pois está induzindo-as a seguirem em uma direção contrária à que a Lei Maior reservou-lhes.
        Saibam que todas as doutrinas religiosas rígidas e rigorosas com seus adeptos têm a sustentá-las a silenciosa atuação de nossa amada mãe Obá.
Vasto é o campo de atuação de nossa amada mãe Obá e aqui não dá para mostrá-lo todo. Mas acreditamos que os filhos de Umbanda já entenderam onde e quando ela atua.
       E, porque ela atua de forma silenciosa e vai paralisando os seres que dão mau uso ao dom do raciocino e aos conhecimentos adquiridos, e atua preferencialmente no campo religioso, então está na hora de resgatar os aspectos luminosos dessa amada mãe cósmica e lançar no lixo religioso a lenda que denigre sua imagem humana, pois foi por amor a nós, espíritos humanos, que ela se humanizou e ajudou a acelerar nossa evolução.
       Que fiquem propagando sua falsa humanização os que um dia haverão de conhecer as verdades sobre Obá, mas nos domínios de seus aspectos negativos.

                                11- EGUNITÁ OU ORO INÁ:

Egunitá — Divindade de Umbanda, é o Trono Feminino da Justiça, absorve o desequilíbrio na Justiça de forma ativa, reconduzindo o ser ao equilíbrio; cósmica, pune quem dá mau uso ou se aproveita dessa qualidade divina com más intenções. Fator purificador e energizador, divindade da purificação através do fogo. Também portadora de grande energia a transmite a quem dela precise.
Elemento fogo que absorve o ar. Assim como Iansã, ora faz par com Ogum (Lei) ora faz par com Xangô (Justiça). Também inflexível, é implacável contra as injustiças e negativismos humanos. Mostrando-se assim grande protetora daqueles que a merecem. É Senhora da espada flamejante e tão racional quanto Xangô.
 ELEMENTO: Fogo
 SENTIDO: Justiça 
 Ponto de força: caminhos e pedreiras.
COR laranja.  
Pedra: ágata de fogo. 
ATRIBUTO: justiça, purificação.
CELEBRAÇÃO NA UMBANDA: dia 24 de maio.
Sincretizada com Santa Sara Kali.
SAUDAÇÃO: “Kali-Yê, Minha Mãe!” 
CHAKRA: esplênico
O Trono Feminino da Justiça, Egunitá, sempre foi cultuado em várias culturas como podemos ver acima. A princípio não é um Orixá muito conhecido entre os Nagô-Yorubás, africanos, mas essencial para completar todo um panteão de Umbanda. Sendo a mãe que purifica os males por meio de seu fogo, ou recorremos a Ela ou nos tornamos carentes de sua presença nos momentos em que só uma Mãe Ígnea pode nos ajudar. Na Umbanda, é sincretizada com Santa Brígida, a santa do fogo perpétuo associada a Brighid celta ou Santa Sara Kali, padroeira dos ciganos que surge como “virgem negra” associada à Kali hindu.
É o fogo purificador: purifica os excessos emocionais dos seres desequilibrados, desvirtuados e viciados. Egunitá é, em si, a divindade cósmica da Justiça Divina, cujo fator ígneo consome tudo, ou retira o calor de tudo, resfriando o objeto sob sua atuação e paralisando seus desequilíbrios. Ela é, em si, o Fogo da Purificação e gera em si toda uma hereditariedade de divindades cósmicas desse fogo. Temos, na Umbanda, Egunitá como a Orixá cósmica consumidora dos vícios e dos desequilíbrios; purificadora dos meios ambientes religiosos (templos), das casas (moradas) e do íntimo dos seres (sentimentos).
Pai Xangô é a chama da Justiça Divina, que aquece o racional dos seres e abrasa os sentimentos íntimos relacionados com as coisas da Justiça. 
Mãe Egunitá é o fogo da purificação, que consome os vícios e esgota o íntimo dos seres viciados. 
Xangô gera e irradia o fogo da Justiça divina e 
Egunitá gera e irradia o fogo da Purificação. 
Xangô gera o equilíbrio da Justiça; 
Egunitá gera o fogo que consome os desequilíbrios;  
Xangô é passivo e seu magnetismo gira para a direita. 
Egunitá é ativa e seu magnetismo gira para a esquerda.
Nos rituais, Ela é invocada para purificar os seres viciados, as magias negativas, as injustiças, etc. 
Egunitá é muito mais conhecida como uma das qualidades de Iansã do que como uma divindade do Fogo Cósmico, porque as lendas a definiram como “uma Iansã”.
ALGUNS CABOCLOS DE EGUNITÁ: Caboclo Mata de Fogo (mata=de Oxóssi; e fogo= de Egunitá), Caboclo do Fogo (de Xangô e Egunitá), Caboclo Pedra do Fogo (de Oxalá, Xangô e Egunitá), Caboclo Folha de Fogo (folha=Oxóssi; fogo= Xangô e Egunitá).
ALGUNS EXUS DE EGUNITÁ: Exu do Fogo (de Xangô e Egunitá), Exu Folha de Fogo (folha= de Oxóssi; e fogo= de Xangô e Egunitá), Exu Corta Fogo
(corta= de Ogum; e de Xangô e Egunitá= fogo), Exu Labareda (Xangô e Egunitá).
ALGUMAS POMBAS-GIRAS DE EGUNITÁ: Pomba-gira do Fogo, Pomba-gira Fogueteira (de Egunitá e Iansã), Pomba-gira Machado do Fogo (de Xangô e Egunitá).

CONHEÇA EGUNITÁ, SANTA SARA KALI E KALI HINDU



Egunitá

Egunitá é a Orixá revelada por Pai Benedito de Aruanda por meio da canalização de Rubens Saraceni, sacerdote e escritor Umbandista. Também citada em algumas obras do escritor como Oro Iná sua regência compreende o mistério da Orixá do fogo. De acordo com a transmissão de Pai Benedito, Egunitá também é uma divindade em que já se rendeu-se culto em culturas antigas, mas que com o passar do tempo acabou caindo no esquecimento.

Configurando-se como a Orixá cósmica, o fogo de Egunitá é aquele que queima, consome e purifica o ser dos desvios no campo da justiça. Fazendo par com Xangô na quarta linha de Umbanda, ela traz como fator o equilíbrio e enquanto Xangô ampara, sustenta e aquece quem está em conformidade com a justiça, Egunitá consome as energias de quem se encontra corruptível nesse sentido da vida e ainda reduz sua chama interior, paralisando o ser injusto e reduzindo sua capacidade e estímulo nessas questões.

Santa Sara Kali

Egunitá é sincretizada com Santa Sara Kali, padroeira dos povos ciganos. Nos dias 24 e 25 de Maio acontece no mundo todo, as comemorações a essa divindade e na França em Saintes Maries de La Mer nós encontramos o principal ponto de culto de Santa Sara Kali.
Entre as lendas ciganas locais, como as do povo Sinte acredita-se que Sarah la Kali foi uma cigana, que enquanto acampava na costa sul da França conheceu as “marias” que presenciaram a morte de Jesus.
"Sarah viu-as chegando em um barco. O mar estava bravo e ameaçava afundar a embarcação. Sarah lançou seu lenço nas ondas e usando o mesmo, caminhou sobre as águas ajudando as “marias” a desembarcarem em segurança."
Lenda Povo Sinte
A lenda também conta que Sarah la Kali foi a principal pessoa do clã Rhone, sendo ela iniciada nos elementos terra, água e ar e ainda conhecedora de todos os segredos do ocultismo. Em outras versões de lendas conta-se também de Kali era filha de Jesus e Maria Madalena.
Se a lenda conta pelo menos em parte um pouco da história de Santa Sara Kali nós não sabemos, mas que a pequena vila de pescadores localizada no centro sul da costa do mediterrâneo possui inúmeros deslumbres, isso nós podemos afirmar.
Escavações arqueológicas feitas na cidade contribuem com as lendas, indicando que o local tem sido venerado como solo sagrado por diversas culturas, dentre elas os celtas, romanos, cristãos e atualmente os povos ciganos que vivem lá.
    Oração a Santa Sara Kali
Santa Sara, minha protetora, cubra-me com seu manto celestial. Afaste as negatividades que porventura estejam querendo me atingir.
Santa Sara, protetora dos ciganos, sempre que estivermos nas estradas do mundo, proteja-nos e ilumine nossas caminhadas.
Santa Sara, pela força das águas, pela força da Mãe-Natureza, esteja sempre ao nosso lado com seus mistérios.
Nós, filhos dos ventos, das estrelas, da Lua cheia e do Pai, só pedimos a sua proteção contra os inimigos.
Santa Sara, ilumine nossas vidas com seu poder celestial, para que tenhamos um presente e um futuro tão brilhantes, como são os brilhos dos cristais.
Santa Sara, ajude os necessitados; dê luz para os que vivem na escuridão, saúde para os que estão enfermos, arrependimento para os culpados e paz para os intranquilos.
Santa Sara, que o seu raio de paz, de saúde e de amor possa entrar em cada lar, neste momento. Santa Sara, dê esperança de dias melhores para essa humanidade tão sofrida.
Santa Sara milagrosa, protetora do povo cigano, abençoe a todos nós, que somos filhos do mesmo Deus. Santa Sara, rogai por nós. Amém.”


Kali Hindu

“Cali” vem do sânscrito Kālī, काली, a forma feminina de kālam (negra, de pele escura). Santa Sara é representada como uma mulher de pele negra ou mulata, trazendo sobre a cabeça o seu famoso lenço, símbolo de sua pureza e consagração a Deus, diferente da representação de Kali hindu, deusa da morte do ego, considerada a esposa do Deus Shiva em algumas culturas.

Apesar de não ser relacionada aos povos ciganos e nem a Santa Sara Kali, a divindade hindu que representa a essência de tudo e a fonte da existência do ser, traz muito de Egunitá. Reza a lenda que Shiva e Durga travavam uma luta contra um feroz demônio, mas que seus esforços eram inúteis, pois por conta de um feitiço cada gota de sangue que caia do demônio se transformava em mais seres horrendos.
E então, quando os dois já estavam sem forças surge Kali, que cortava as cabeças e lambia o sangue derramado, derrotando o temido demônio Raktabija. A lenda justifica a representação da imagem de Kali, que traz a Deusa vestida de um colar de cabeças, portando uma adaga e com a língua gigante de fora.
Nesse aspecto de ceifadora dos seres desvirtuados Kali remonta o aspecto cósmico de Mãe Egunitá, aquela ao qual o fogo é consumidor e põe fim nos desarranjos.
 "Esse é o fogo de Egunitá é o fogo que queima, é o fogo que abrasa, você tem o calor ou fogo que aquece e você tem o fogo que consome, queima e acaba com tudo."  Pai Alexandre Cumino
Kali hindu é a força feminina, reverenciada na Índia pelos seus devotos como a divindade que tem o poder de libertar do sofrimento na hora da morte e ainda libertar o espírito do ciclo de reencarnações.
Tanto Egunitá, como Santa Sara Kali e Kali indiana são divindades manifestadoras da liberdade, da força, da intensidade.. e quando Pai Benedito de Aruanda revelou a Rubens Saraceni sobre essa manifestação que iria tomar conta dos terreiros, era para que nós tivéssemos a oportunidade de viver da forma mais simples e intensa a potência ígnea da força de Mãe Egunitá.



Mãe Egunitá

Egunitá é o Orixá Cósmico aplicador da Justiça Divina na vida dos seres racionalmente desequilibrados.

Fogo, eis o mistério de nossa amada mãe Egunitá, regente cósmica do Fogo e da Justiça Divina que purifica os excessos emocionais dos seres desequilibrados, desvirtuados e viciados. Os hindus nos legaram uma divindade cósmica do fogo, punidora das falhas, dos erros e das paixões humanas por excelência. Kali, no panteão hindu, é uma divindade temida e evitada por todos os que desconhecem seu mistério e o porquê de sua existência em oposição à de Agni, o Senhor do Fogo Divino, do fogo da Fé.?

O fato é que todas as irradiações divinas, enquanto são apenas essências, são neutras. Mas quando se condensam e dão origem aos elementos, ai se polarizam em todos os sentidos e assumem naturezas bem distintas. Pois aí, no fogo, surgem Agni e Kali. Ele é o fogo em seu aspecto positivo e ela o é em seu aspecto negativo, ou o fogo da purificação das ilusões humanas. Agni é o fogo da fé e Kali é o fogo das paixões humanas. Agni é pólo masculino e Kali é pólo feminino. Agni é passivo e irradiante e Kali é ativa e atratora. Agni ilumina o ser e Kali o toma rubro. Agni é o raio dourado e Kali é o raio rubro. Agni é a serpente flamigea da Fé e Kali é a serpente rubra da paixão. Agni é a chama que aquece e Kali é o braseiro que queima.

Esperamos que tenham entendido que, se recorremos às divindades hindus Agni e Kali, foi para mostrar como um mesmo elemento possui dois pólos, duas naturezas, duas formas de nos alcançar e de nos estimular ou de nos paralisar; de acelerar ou paralisar nossa evolução; de estimular nossa fé ou de esgotar nossos emocionais desequilibrados.

Agora, coloquem no lugar de Agni o nosso amado orixá Xangô e no lugar de Kali a nossa amada mãe Egunitá e teremos os mesmos aspectos divinos, mas irradiados por divindades humanizadas em solo africano. Teremos a linha pura do fogo elemental, cujas energias incandescentes e flamejantes tanto consomem os vícios quanto estimulam o sentimento de justiça, que são as qualidades, atributos e atribuições de Xangô e Egunitá: aplicar a Justiça Divina em todos os sentidos da vida!

Afinal, ou entendemos as divindades a partir da ciência ou até o ano 3000 d.C. ainda estaremos adorando-as somente através dos fenômenos da natureza. E não é isto que elas desejam de nós, e não foi para isto que deram inicio à sua renovação através da Umbanda, certo? Nossa mãe Egunitá é fogo puro e suas irradiações cósmicas absorvem o ar pois seu magnetismo é negativo e atrai este elemento, com o qual se energiza e se irradia até onde houver ar para dar-lhe esta sustentação energética e elemental.

Como Egunitá (fogo) é feminina, ela se polariza com Ogum (ar), que é masculino e lhe dá a sustentação do elemento que precisa, mas de forma passiva e ordenada. Só assim suas irradiações acontecem de forma ordenada e alcançam apenas o objetivo que ela identificou. Se ela polarizasse com Iansã, suas energias não seriam irradiadas porque aconteceria uma propagação delas na forma de labaredas, já que as duas são de magnetismo e elemento feminino. Eis ai a chave das polarizações, que obedecem a uma ordenação das irradiações através dos magnetismos.

O inverso acontece com Ogum, que é passivo e só se torna ativo em seu segundo elemento, que é o fogo que o alimenta, aquecendo-o e energizando suas irradiações. Ogum, enquanto aplicador da Lei, atua nos campos da justiça como aplicador das sentenças.

Logo, se Ogum absorver o fogo de Xangô, que também é passivo em seu magnetismo, este fogo só irá consumir o ar de Ogum e não irá gerar a energia ígnea que fluiria como calor através das irradiações retas do seu magnetismo, que é passivo. Ogum é passivo no magnetismo eólico e ativo em seu segundo elemento, que é o fogo que energiza (aquece) o ar. Ogum irradia em linha reta (irradiação continua). Xangô irradia em linha reta (irradiação continua). Iansã irradia em espirais (irradiação circular). Egunitá irradia por propagação (irradiação propagada). Xangô polariza com Iansã, e suas irradiações passivas se tornam ativas no ar (raios); Egunitá polariza com Ogum, e suas irradiações por propagação magnética assumem a forma de fachos flamejantes.

Observem que Lei e Justiça são inseparáveis e para comentarmos Egunitá temos de envolver Ogum, Xangô e Iansã, que são os outros três orixás que também se polarizam e criam campos específicos de duas das Sete Linhas de Umbanda. Ela é cósmica (negativa) e seu primeiro elemento é o fogo, que se polariza com seu segundo elemento que é o ar. Portanto, como o fogo é o elemento da linha da Justiça, ela é uma divindade que aplica a Justiça Divina na vida dos seres. E, porque o ar é o seu segundo elemento, que a alimenta e energiza e é o elemento da linha da Lei, ela é uma divindade que aplica a justiça como agente ativa da Lei e consome os vícios emocionais e os desequilíbrios mentais dos seres.

Os vícios emocionais tornam os seres insensíveis à dor alheia. Os desequilíbrios mentais transformam os seres em tormentos para seus semelhantes. As divindades têm uma função a realizar e nós sempre seremos beneficiários de sua atuação. Quando nos paralisam, também estão nos ajudando, pois estão evitando que continuemos trilhando um caminho que nos conduzirá a um ponto sem retorno. Ela é a executora da Justiça Divina nos campos da Lei, regidos por Ogum no pólo positivo da linha pura da Lei.

Divindades: Egunitá
Linha: Ígnea
Pedra: Topázio Imperial, Ágata do fogo
Irradiação: Justiça
Vela/Cor: Laranja, Dourada
Sincretismo: Santa Sara Kali
Saudação: Kaliyê!
Ponto de Força: Campo aberto, pedreira

Oferendas/Rituais:
Mãe Egunitá: Velas laranja, vermelha e dourada, tangerina, mexerica, laranja, laranja kinkan, licor de menta, flores vermelhas e laranja. Pode oferendá-la no campo aberto, pedreira.

Fonte:www.luzdourada.org.br



EGUNITÁ – mesmo sabendo que poucos conhecem ou cultuam essa Orixá, vale a pena dizer que Ela é o fogo vivo e divino, portanto a oferendamos quando queremos que essa ação do fogo queime e consuma todas as energias negativas, todos os excessos emocionais e todos os cordões negativos que nos envolvem e envolvem nossas casas. Ela também ajuda a consumir energias de vícios.

Fonte:www.minhaumbanda.com.br

Ervas Quentes(Descarrego):Arruda,buchinha do norte,cânfora,eucalipto,jurema preta,urucum,fumo(tabaco),pára raio,tiririca,comigo ninguém pode,limão,...
Verbos atuantes nas ervas quentes:queimar,consumir,aquecer,fundidor,fusor,...

Ervas Mornas(Equilibradoras):Açafrão raiz,alfavaca,arnica do mato,calêndula flor,canela,artemísia,carapiá raiz,chapéu de couro,cipó são joão,erva de santa maria/mentruz,girassol-semente c/casca,guaraná semente,incenso resina,laranja amarga-casca fruto,imburana semente,laranjeira folha,louro,...
Verbos atuantes nas ervas mornas:energizar,inflamar,excitar,estimular,...

Fonte:Adriano Camargo-O Erveiro da Jurema.

Mãe Egunitá é a Divindade Cósmica assentada no pólo negativo (absorvedor) do Trono da Justiça Divina.
Na Umbanda, Egunitá é cultuada como o Orixá Cósmico que consome os vícios e desequilíbrios e faz a purificação dos templos religiosos, do íntimo dos seres e das suas moradas. Ela atua para nos defender das magias negativas e das injustiças, mas sempre a partir de uma autopurificação, para então nos renovar. Isto é, primeiro Ela faz uma purificação em nós mesmos, para nos renovar: purificação de conceitos e idéias antigas aos quais nos apegamos e que nos prejudicam; purificação dos nossos vícios de comportamento etc.
Mãe Egunitá nos traz uma face que faltava no estudo dos Orixás, como Divindade do Fogo Purificador e Renovador. Antes das informações trazidas por Pai Benedito de Aruanda, através da psicografia de Rubens Saraceni, não havia na Umbanda um estudo sobre um Orixá que representasse o Fogo da Purificação, o Fogo que destrói os desequilíbrios para trazer a renovação do ser. Esta renovação é justamente o aspecto característico da atuação de Mãe Egunitá e faz parte do seu culto, inclusive diferenciando-o de cultos anteriores, como veremos a seguir.
O culto de Orixá vem da África, da cultura Nagô-yorubá. E nessa cultura não havia um Orixá que representasse a Mãe do Fogo. Falava-se numa “Iansã do Fogo” (Iansã-Egunitá ou Oyá-Egunitá) como uma Qualidade de Iansã, mas não se tratava de outro Orixá. Dentro dos Cultos de Nação, é muito antigo e de acesso restrito o culto de Iansã do Fogo, pois somente poderia ser praticado por uma menina virgem de 11 anos de idade, mediante oferenda específica, a qual exigia que se colhessem flores cortadas numa época determinada e dentro de alguns preceitos. Já na Umbanda o culto à Mãe Egunitá é bem diverso, dentro dos conceitos que Pai Benedito de Aruanda expôs. Primeiro, porque se trata de outro Orixá, de outra Divindade, não mais apenas de uma Qualidade de um Orixá já cultuado (no caso, Iansã). Depois, é preciso lembrar que essas Mães atuam de forma diferente: Iansã é movimentadora e direcionadora; enquanto Egunitá representa o Fogo Divino que consome os vícios e desequilíbrios, purificando e renovando os seres perante a Justiça e a Lei Divinas e lhes dando equilíbrio em todos os Sentidos da vida. Ou seja, “Iansã do Fogo” não é o Orixá Egunitá de que nos fala Pai Benedito de Aruanda. Pela mediunidade de Rubens Saraceni, Pai Benedito trouxe a informação de que no Astral se conhece uma Divindade Feminina do Fogo cujo nome sagrado não chegou ao nosso meio, mas que podemos chamá-la de Mãe Egunitá. Daí é que vieram o seu nome e o seu culto específico na Umbanda, como a Mãe do Mistério do Fogo.
Ainda dentro dos conceitos dos Cultos de Nação, outra Divindade Feminina que pode ser associada ao elemento Fogo é “Oxum do Fogo”, uma Qualidade da Mãe Oxum. Mas aí estamos falando de um “fogo líquido”, também diferente do Fogo Purificador de Egunitá, o qual tem o poder de consumir tudo no local onde se condensou.
Por outro lado, o sincretismo de Egunitá com Santa Sara Kali está ligado à idéia do “fogo destruidor” da Divindade Kali, cultuada na Índia. Mas o Fogo de Egunitá não apenas destrói negatividades e desequilíbrios: ele corta o que não é benéfico, mas para renovar, diferencial importante na atuação do Orixá Egunitá.
Para que Egunitá atue em nossa vida, basta que nos tornemos emocionalmente desequilibrados, irracionais, presos a conceitos que afrontam a Lei e a Justiça Divinas, e aí receberemos sua atuação Cósmica, para nos purificar e renovar. Seu Fator ígneo consome tudo ou retira o calor de tudo, resfriando o objeto sob sua atuação e paralisando seus desequilíbrios. Ela purifica os excessos justamente para renovar o ser.
Egunitá é associada ao Sol, ao planeta Júpiter e ao número 9.
Na Linha da Justiça, Egunitá polariza com Xangô. Formam um par puro do Fogo. Ele é o Pai e Ela é a Mãe desse Mistério. Mas há outras polarizações, que nascem da interação entre os campos da Justiça e da Lei: existe uma estreita ligação entre Justiça e Lei, pois quando se fala em Justiça logo se pensa na Lei que dá base para a atuação da Justiça; e quando se fala em Lei logo se pensa na Justiça que aplica a Lei. Pois bem.
Na Linha da Justiça da Umbanda temos o par puro do Fogo nos Orixás Xangô e Egunitá. E na Linha da Lei temos o par puro do elemento Ar nos Orixás Ogum e Iansã. Xangô e Ogum são Orixás Universais e têm atuação passiva, isto é, irradiam de forma contínua e dão sustentação e amparo a todos os seres que vivem com equilíbrio os Sentidos da Justiça e da Lei, mas não forçam ninguém a isso. Já Egunitá e Iansã são Orixás Cósmicos e atuam basicamente atraindo os seres que se desequilibraram nestes Sentidos da vida, para corrigi-los e recolocá-los num caminho reto; embora também amparem aqueles que os vivem com equilíbrio.
Esses quatro Orixás atuam de forma conjunta, entrelaçada, porque Justiça e Lei são inseparáveis. De modo que também formam pares mistos: a) Xangô com Iansã; e b) Ogum com Egunitá. Iansã atua ao lado de Xangô como aplicadora da Lei nos campos da Justiça; e Egunitá atua ao lado de Ogum como aplicadora da Justiça nos campos da Lei. Portanto, Mãe Egunitá polariza com Xangô (par puro do Fogo e da Justiça) e também com Ogum (par misto Ar e Fogo, na Linha da Lei). O Ar de Ogum ordena, alimenta e expande o Fogo de Egunitá; e o Fogo Purificador de Egunitá consome e aquece o Ar de Ogum, de modo que se complementam.
Portanto, é na obra psicografada por Rubens Saraceni que encontramos o conceito e fundamentação sobre o Orixá Egunitá, a seguir resumidos:

Egunitá é nossa amada Mãe da Purificação. Regente Cósmica do Fogo e da Justiça Divina, é o Fogo que purifica os sentimentos desvirtuados, é a consumidora dos vícios e desequilíbrios e das energias dos seres fanáticos, apaixonados e emocionalmente desequilibrados.
Na África, Ela aparece como uma das Qualidades de Iansã; mas é em Si uma Divindade de mesmo nível, é Orixá.
Como Orixá Cósmico, Egunitá é sempre ativa e atuante no combate às magias negativas ativadas contra as pessoas, suas moradas e templos. Sua ação é fulminante. Sua energia é abrasadora e consumidora das concentrações energéticas negativas dos mais variados tipos (como formas pensamento, miasmas e larvas astrais), sendo temida pelos devedores da Lei e da Justiça. Em suas falanges de auxiliares incluem-se milhares de guerreiras da luz portadoras de espadas flamejantes, poderosos instrumentos no combate às trevas da ignorância. Nas linhas auxiliares da Esquerda a Pombagira do Fogo é uma de suas guardiãs trabalhando para as Linhas de Umbanda. Mesmo aqueles que não a conhecem, saibam que Egunitá os conhece e os tem como filhos; e se estiverem passando por dificuldades, diante da maldade gratuita, com certeza esta Mãe pode ajudá-los.
Egunitá e Xangô são Orixás Solares e formam um par puro do Fogo e da Justiça:
Pai Xangô é a chama que aquece o racional dos seres e abrasa os sentimentos íntimos relacionados com as coisas da Justiça;
Mãe Egunitá é o fogo da purificação, que consome os vícios e esgota o íntimo dos seres viciados.
Xangô gera o equilíbrio da Justiça;
Egunitá gera o fogo que consome os desequilíbrios.
Xangô é a chama universal;
Egunitá é a labareda cósmica.
Xangô é o raio solar gerador de vida;
Egunitá é a chama solar que consome todos os elementos, em sua massa incandescente.
Xangô é abrasador;
Egunitá é incandescente.
Xangô é passivo e seu magnetismo gira para a direita;
Egunitá é ativa e seu magnetismo gira para a esquerda.
Xangô irradia-se em raios retos;
Egunitá irradia-se por propagação.
Xangô é irradiação contínua e chega a todos o tempo todo;
Egunitá propaga-se de forma Cósmica e suas fagulhas ígneas imantam tudo o que está desequilibrado, até se formar uma condensação magnética ígnea, com labaredas cósmicas que consomem os desequilíbrios, anulando sua causa e paralisando quem estava desequilibrado.
Lei e Justiça são inseparáveis e para comentarmos Egunitá temos de envolver Ogum, Xangô e Iansã, os outros três Orixás que também se polarizam e criam campos específicos nas Linhas da Justiça e da Lei.
Xangô e Ogum irradiam em linha reta (irradiação contínua, passiva ou Universal).
Iansã irradia em espirais (irradiação circular, ativa ou Cósmica).
Egunitá irradia por propagação (irradiação propagada, ativa ou Cósmica).
Xangô polariza com Iansã, e suas irradiações passivas se tornam ativas no Ar (raios).
Egunitá polariza com Ogum e então suas irradiações por propagação magnética assumem a forma de fachos flamejantes. Ogum lhe dá a sustentação do elemento Ar, que alimenta e também ordena as Irradiações de Egunitá como agente aplicadora da Justiça nos campos da Lei. O inverso acontece com Ogum, que é passivo no elemento Ar e só se torna ativo no Fogo, que é o seu segundo elemento; pois o Fogo de Egunitá alimenta o Ar de Ogum, aquecendo-o e energizando suas irradiações.
Polarizada com Ogum, Egunitá aplica a Justiça nos campos da Lei Divina e consome os vícios emocionais e os desequilíbrios mentais que tornam os seres insensíveis à dor alheia e os transformam em tormentos para os seus semelhantes. As Divindades têm uma função a realizar, da qual nós sempre seremos beneficiários. Quando nos paralisam, Elas também estão nos ajudando, evitando que continuemos trilhando um caminho que nos conduzirá a um ponto sem retorno.
Há milênios existe na Índia o culto às Divindades Kali e Agni. No panteão hindu, Agni é o Fogo no aspecto positivo e Kali é o Fogo em seu aspecto negativo (purificação das ilusões humanas).
Agni é o Fogo da fé e Kali é o Fogo das paixões humanas.
Agni é o pólo masculino e Kali é o pólo feminino.
Agni é passivo e irradiante e Kali é ativa e atratora.
Agni ilumina o ser e Kali o toma rubro.
Agni é o raio dourado e Kali é o raio rubro.
Agni é a serpente flamígea da Fé e Kali é a serpente rubra da paixão.
Agni é a chama que aquece e Kali é o braseiro que queima.

Recorremos às Divindades hindus Agni e Kali para mostrar como um mesmo elemento possui dois pólos, duas naturezas, duas formas de nos alcançar e estimular, ou então de nos paralisar; de acelerar, ou de paralisar nossa evolução; de estimular nossa fé, ou de esgotar nossos emocionais desequilibrados.
Agora, se colocarmos no lugar de Agni o nosso amado Orixá Xangô e no lugar de Kali a nossa amada Mãe Egunitá, teremos os mesmos aspectos divinos, mas irradiados por Divindades humanizadas em solo africano. Teremos a Linha pura do Fogo Elemental, cujas energias incandescentes e flamejantes consomem os vícios e estimulam o sentimento de justiça. As qualidades, atributos e atribuições de Xangô e Egunitá são estas: aplicar a Justiça Divina em todos os Sentidos da Vida.
Da leitura desse texto, podemos fazer uma observação:
Cada povo, cada cultura enfim, percebe ou entende e cultua as Divindades de Deus conforme a sua visão particular de mundo e de vida. Pois Deus não cria Divindades “especiais” para cada religião inventada pelo homem. Nós é que interpretamos a mesma Divindade ou o mesmo Mistério Divino de formas diferentes. Nenhuma religião é ”dona” das Divindades ou “dona da verdade”. Mas todas as religiões são igualmente importantes em agrupar pessoas com pensamentos e entendimentos afins a respeito do Criador e da Criação. No final das contas, cada um de nós “olha para Deus de baixo pra cima”, vislumbrando a Criação como podemos, a partir da nossa realidade humana e tentando entender tudo a partir dessa perspectiva. E por isso a nossa visão será sempre limitada. Há outras realidades, outras dimensões etc. Alguém já disse: “Há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia”. Apenas o Criador pode olhar o Todo de uma posição equidistante (e o desenho de um círculo com um ponto no meio representa isto: Deus, o Pai-Mãe de tudo e de todos, colocado na Criação numa posição igual para todos, a uma mesma distância, sem ter “privilegiados”).
Enfim, nem todos cultuam o Orixá Egunitá, mesmo na Umbanda. Muitos permanecem cultuando “Iansã do Fogo”. Haveria certo e errado, nessa questão? Pensamos que não. O importante é caminharmos no sentido de buscar um entendimento da vida e de nós mesmos, como algo que vai muito além da carne e dos sentidos físicos. Fazer isso de forma sincera, de todo o coração, e com amor pela nossa vida e pela Vida Maior. E sempre respeitando as crenças alheias. O importante é que os Orixás nos amam, nos conhecem e nos reconhecem como Seus filhos, independente do modo como nos dirigimos a Eles. Como Divindades de Deus, os Orixás zelam pela Criação desde sempre e para sempre. A maneira pela qual entendemos Deus e Suas Divindades não Os modifica, não modifica e não diminui o Poder de Deus e nem o Amor das Divindades para com todos os seres da Criação.

Características dos filhos de Egunitá:
No positivo: São pessoas ativas, emotivas, impulsivas, reparadoras, falantes e geniosas.
Apreciam as conversas reservadas; os espetáculos emotivos; as reuniões de estudo, de orações, políticas; a companhia de pessoas passivas e de homens que as incandesçam. Gostam de passear, de se vestir bem e com roupas coloridas ou de cores fortes.
Não apreciam pessoas presunçosas, arrivistas (inescrupulosas) e preguiçosas, bem como festas monótonas, conversas tolas, comidas insossas e bebidas adocicadas.
No negativo: tornam-se egoístas, briguentas, intrigantes, vingativas, insensíveis e teimosas.

Modelos de Oferendas:
1- Fazer um círculo com 7 velas brancas, 7 vermelhas e 7 de cor laranja (ou amarelas). Dentro deste círculo, colocar rosas vermelhas (ou flores do campo vermelhas e/ou alaranjadas). Despejar um pouco de licor de menta dentro do círculo das flores. Cortar ao meio um maracujá e colocar as duas metades dentro do círculo de flores: uma com água e a outra com azeite de dendê (ou com azeite de oliva consagrado). Firmar as velas e pedir a bênção da Mãe Egunitá.

2- Um copo com licor de menta, um copo com água mineral e um copo com vinho tinto; 1 pemba branca e 1 vermelha; palmas vermelhas e flores cor laranja; 1 vela palito de cada uma destas cores: laranja, vermelha, branca, amarela e azul escuro. Fazer um círculo com as flores e no meio dele formar um triângulo com os copos das bebidas. Dentro deste triângulo, colocar as pembas. Circular tudo com as velas, dispondo-as de forma alternada (laranja, vermelha, branca, amarela, azul). Firmar as velas e fazer o pedido à Mãe Egunitá.

3- Velas de cor laranja, vermelha e dourada; frutas: laranja, tangerina, mexerica, laranja kinkan; bebida: licor de menta; flores vermelhas e laranja. (Do site do Templo da Luz Dourada, de Mãe Mônica Berezutchi.)

4- Do livro “Doutrina e Teologia de Umbanda Sagrada”, de Rubens Saraceni:

Elementos: um copo com licor de menta; um copo com água; 1 pemba branca, 1 pemba vermelha; 7 velas vermelhas, 7 velas douradas, 7 velas azuis, 7 velas amarelas e 13 velas brancas.

Montagem: Fazer uma cruz com as velas brancas, colocando 7 na vertical e 3 de cada lado, na horizontal.

No canto superior direito da cruz, colocar as 7 velas douradas. Isso vai formar um triângulo com as velas brancas do centro superior e as do braço direito superior (horizontal) da cruz. Dentro dele, colocamos o copo com licor de menta;

No canto inferior direito da cruz, colocar as 7 velas azuis. Isso vai formar outro triângulo, este com as velas brancas da vertical inferior e as do braço direito horizontal da cruz. Dentro deste triângulo colocamos a pemba branca. No canto superior esquerdo da cruz, colocar as 7 velas vermelhas. Elas vão se juntar às velas brancas da parte vertical superior da cruz e às velas brancas do braço horizontal esquerdo da cruz, formando outro triângulo de velas. Dentro dele, colocamos o copo com água;

No canto inferior esquerdo da cruz de velas brancas, colocamos as 7 velas amarelas. Isso vai formar mais um triângulo de velas. Dentro dele, colocamos a pemba vermelha.

Em seguida, cercar a oferenda com palmas vermelhas. Depois, saudar Mãe Egunitá e pedir a proteção almejada.

Sempre que oferendamos o Orixá Egunitá, antes devemos fazer uma oferenda à Senhora Pombagira do Fogo. Esta oferenda será posta à esquerda do lugar escolhido para a oferenda ao Orixá (ex.: 7 passos à esquerda), e com estes elementos: rosas vermelhas, velas vermelhas e champanhe rosê.

Cozinha ritualística:

1- Fava vermelha: Cozinhe ligeiramente uma porção de fava vermelha apenas em água. Escorra. Em outra panela, refogue 1 dente de alho picadinho, 1 cebola picadinha e 1 colher de azeite de oliva (ou de dendê). Acrescente sal a gosto e refogue ligeiramente a fava já cozida. Decorre uma gamela com tiras de cenoura e pedacinhos de gengibre, ou então com flores vermelhas ou de cor laranja, e aí coloque a oferenda.

2- Laranja com gengibre: Use 1, 3 ou 9 laranjas. Lave e seque as laranjas. Descasque, retire as sementes e reserve a casca. Corte cada uma das laranjas em 9 tiras ou pedaços.

Prepare uma calda (com água e açúcar), leve ao fogo e deixe começar a engrossar. Coloque as laranjas nessa calda para aferventar (uns 5 minutos) e acrescente gengibre em pedacinhos ou em pó. Retire. Sirva numa gamela (de madeira) forrada com as cascas de laranja que estavam reservadas (corte as cascas em tiras, ou em pedacinhos, como preferir). Decore com pedaços de gengibre. [*Obs.: A mesma receita pode ser feita com limão, no lugar da laranja.]

3-Moranga com peito de boi- Ingredientes: 1 moranga; meio quilo de carne de peito de boi; tomate, cebola, dendê; meio quilo de fava vermelha; cheiro-verde, orégano.

Preparo: Cortar uma tampa da moranga e retirar as sementes. Lavar e cozinhar por uns 10 minutos (numa panela com água suficiente para cobrir a moranga). Reservar. Cozinhar a fava apenas com água, por uns 10 minutos. Escorrer a água e reservar a fava cozida. Refogar a cebola e o tomate picadinhos e ali cozinhar o peito de boi cortado em cubinhos, por uns 10 minutos. Acrescentar 1 colher de sopa de dendê e temperos (cheiro-verde, orégano), para finalizar. Colocar a carne na moranga e cobrir com a fava. Oferendar num prato de papelão forrado com folhas de cenoura (a rama da cenoura).

4- Feijão de corda- Ingredientes: meio quilo de feijão de corda; meio quilo de quiabo cortado em rodelas; 1 cebola picada; azeite de dendê. Preparo: Cozinhar o feijão apenas em água, por 10 minutos. Escorrer e reservar. Refogar ligeiramente o quiabo com a cebola, o dendê e o feijão cozido. Colocar tudo numa gamela, ou num prato de papelão. Forre o vasilhame escolhido com folhas de agrião (ou com galhos de arruda) previamente lavadas. Colocar a oferenda e regar com dendê.

5- Sobre um punhado de folhas de arruda previamente lavadas e enxutas (ou sobre rama de cenoura), oferendar nove acarajés. Enfeitar com flores vermelhas ou de cor laranja, ou ainda com girassóis.


TRONO FEMININO DA JUSTIÇA
Linha: Justiça
Fator Purificador (fator puro) e Equilibrador (fator misto)
Campos de atuação Justiça e Lei
Elemento
Fogo (1º Elem.) e Ar (2º Elem.)
Polariza com Xangô (par puro do Fogo e da Justiça); e também com Ogum (par misto Ar/Fogo da Lei e da Justiça)
Atributo: Justiça, Purificação
Ação
Consumidora, purificadora e energizadora
Cor
Laranja, dourado, vermelho
Fio de Contas
Feito de cristal ou de pedras laranja; ou bicolor laranja e vermelho; ou bicolor laranja/dourado.
Ferramentas
Taça, espada e caldeirão feitos de cobre
Símbolos
A espada; a estrela de 6 pontas cruzada ao centro; o raio
Ponto na Natureza
As pedreiras e os caminhos.
Flores
Lírio cor de laranja, girassol, begônia, flores do campo de cor laranja ou vermelha, rosas e palmas vermelhas.
Essências
Laranja, tangerina, cravo, canela, gengibre, rosa vermelha
Pedras
Ágata de fogo, topázio e calcita laranja. Dia indicado para a consagração: 3ª-feira. Hora indicada para a consagração: 23 horas.
Metais e Minérios
Metal: Cobre.
Minério: Magnetita.
Dia indicado para a consagração: 5ª-feira. Hora indicada para a consagração: 17 horas
Chacra :Esplênico.
Saúde
Portais de Cura
Estômago, fígado, vesícula biliar e sistema nervoso.
Calcita laranja (pedra), rodelas de limão cravo, velas laranja, velas vermelhas, carvão mineral e azeite de dendê (cf. Adriano Camargo)
Planeta: Sol e Júpiter.
Dia da Semana: 5ª-feira.
Saudação: “Kali-Yê, minha Mãe!”
Bebida: Licor de menta, suco de laranja, suco de limão, suco de tangerina, suco de gengibre.
Comidas
Caqui, manga, morango, tangerina, laranja, limão cravo, melão, mamão, mexerica, gengibre, moranga, cenoura, quiabo, fava vermelha.
Número : 09
Data Comemorativa: 24 de maio
Sincretismo
Santa Sara Kali, celebrada na Umbanda em 24 de maio.
Também sincretiza com Santa Brígida.


Fonte:www.seteporteiras.org.br


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